sábado, 28 de abril de 2012

Desventura de BILU


Desventura de BILU 
 
Ao retornar ao lar após um curso de inverno, deparei-me com a nova aquisição
 de meu filho: um  filhote de ‘cachorro’.  Bilu  -  nome escolhido por seu dono, 
conquistou  toda  a  família  na minha ausência.  Não tive força para despachá-lo 
como fazia com todos os cães que meu filho encomendava  aos amiguinhos e 
que dizia-me ter ‘achado abandonado na rua’.


   Bilu era formidável em vários aspectos. Era dócil, ágil e muito perspicaz. Substituiu 
com maestria a campainha de minha casa (que até hoje não consertei!), com latidos 
diferenciados para conhecidos e estranhos.  Só perdia sua docilidade em duas situações:
 - quando alguém pretendia entrar em minha casa e demonstrava medo dele;
- quando tentávamos tirá-lo na marra debaixo do sofá, aonde se escondia quando 
queríamos que ele voltasse para o quintal.
   Exigia pontualidade no horário de suas refeições; quando esquecíamos, ele arrastava 
seu prato esmaltado aqui e acolá, fazendo uma barulhada danada ! Quando o 
chamávamos para passear era só colocar a coleira próxima à sua cabeça que ele mesmo
 dava um jeito de entrar nela. De vez em quando Bilu conseguia fugir de casa, saía em 
disparada pela rua e  ninguém o alcançava...   Só voltava cerca de meia hora depois.
   Dentre suas proezas, Bilu destacava-se por seu hábito de andar no telhado da casa. 
De início os vizinhos, preocupados, me avisavam  que o cachorro estava em cima da casa,
 depois se acostumaram com o fato. Ele ficava majestosamente postado na cumeeira, 
observando o movimento ao redor. 
 
      Certo dia, descobri que Bilu desfrutava de refeições diárias extras ( ração de primeira,
 por sinal ! )  colocadas  por seus “donos virtuais” em cima do telhado...   Bilu, em sua 
rotineira perambulação pelo telhado havia sido  adotado como ‘animal de estimação virtual’ 
por um casal de vizinhos de fundo. Eles adoravam ‘conversar’ com Bilu e me relataram que 
 Bilu era o “cão virtual” deles.  Acredito que, assim  como minha família, esse casal também 
sinta saudades dele.

 
    Bilu já estava com cerca de 5 anos quando meu filho comprou um filhote de ‘cão’, que
 minha memória recusa-se a lembrar o nome. Este filhote tirou sossego de Bilu, que 
passou a dormir no telhado para  livrar-se dele.   Lamentavelmente em uma madrugada 
Bilu caiu do telhado. Apesar de atendimento veterinário ele não resistiu e sucumbiu três 
dias após o tombo. 
   Creio que Bilu  foi o mais amado, por todos os familiares, dentre  os animais de
 estimação que tivemos em casa.  Por lá já passaram pintinhos, passarinhos, 
tartaruguinhas, peixinhos, porquinhos-da-índia, hamsters, codornas, maritaca... 
    Atualmente contamos com a companhia de Átila, “O Verdadeiro Cão”, que chupa uva 
na parreira, colhe e come goiaba, toma água de coco com canudinho...  Mas, esta é outra
 história... !!!
                                                                                                Fátima Alves. 
                                                                                                     Lavras, 28 de abril de 2012.




2 comentários:

  1. Adorei Fafá, adoro seu jeito de escrever! Gostaria de ter conhecido o Bilu, mas fico feliz de conhecer Árila, "O Verdadeiro Cão"! Beijos!

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