sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

UM BRINDE A GERALDO AUGUSTO DE CARVALHO


 
         Geraldo César Carvalho Gomes,
    primeiro neto de Geraldo Augusto,
    brinda  postumamente o avô materno 
    mantendo o sobrenome  CARVALHO  
    para seu primogênito: Antônio
    Simões Carvalho, nascido no dia 9
    deste mês. Antônio é também o
    primeiro bisneto de Geraldo Augusto
    de Carvalho.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Coletâneas de Geraldo Augusto de Carvalho


Sem referência de publicação,sem data (talvez inédito):  

Sem trabalho            
                      - Conto por Viriato Vidal
   - Desempregado! Estou des-em-pre-ga-do... –repetiu Raul
 consigo, a um tempo apreensivo e atônito, quando pisou na
rua, saindo do escritório. Só então deixara transbordar a
amargura que lhe enchia a alma; antes, enquanto o patrão
lhe explicava a necessidade de dispensar-lhe  os serviços, Raul mantivera-se firme, recebera o choque com um sorriso, como se já o esperasse; deu razão ao chefe, bem sabia da crise que assaltava os negócios. Tornou assim mais fácil a sua retirada e saiu com dignidade, cabeça alta, sorridente.
   Dois dias depois, ao lembrar-se disso, sorriu tristemente.
Aquele orgulho de família! Recordava-se de ter dito ao patrão que estava mesmo para pedir umas férias, queria descansar um pouco e iria a Poços de Caldas...
   Aliás, o que lamentava não era propriamente a perda do
emprego e sim a ocasião em que fora dispensado. Se ao
menos o patrão o tivesse avisado com antecedência! Como
iria pagar as suas dívidas? Diabo! Bem que sua mãe vivia a
lhe dizer que não pusesse fora todo o dinheiro ganho, que
economizasse um pouco, pensasse no futuro! Nunca lhe
ocorrera a idéia de ser dispensado do escritório sem mais
nem menos, depois de anos ininterruptos de bons serviços;
nem sequer havia reclamado as férias a que tinha direito...
   - Afinal, tudo é bobagem minha. Vou descansar um bocado e depois do carnaval hei de conseguir um emprego melhor ainda.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Coletâneas de Geraldo Augusto de Carvalho

Revista Nirvana, nº 44 – 31/07/1938
  O B S E S S Ã O
Se hoje você
Voltasse de novo
Sem que eu soubesse!...
E assim, de repente,
você me surgisse
sem eu esperar,
e diante de mim,
de meus olhos ávidos,
descobrisse essa
beleza sem par...
Que você não mostrou,
mas, há muito, eu vivo
louco, desejando,
desnuda gozar...

-“Volta!...)
eu digo baixinho,
com medo que alguém
o possa escutar...

- “Vem querida! Volta!
Vem dar-me a carícia
desses olhos claros!
Eu quero beijar
você , bem na boca,
e sentir você,
bem junto de mim,
jurando, outra vez,
não mais me deixar...”
       ...........................
E fico esperando
com a quase certeza
de que você virá,
de que voltará
- encher o vazio
que você deixou
quando foi embora...
                     Viriato Vidal

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Coletâneas de Geraldo Augusto de Carvalho

                                                  

     Jornal “A COLUNA” – Campo Belo-MG – 16/07/1938 – nº 388 :
     Viriato Vidal escreveu:

          S.A.I.
        Em meados de Junho findo, em Barra do Piraí, fundou-se
 a “SOCIEDADE DOS AMIGOS INTELECTUAIS”, associação
utiilíssima que tem como escopo,entre várias outras coisas,
pugnar pelo maior e melhor congraçamentodos membros da
família dos cerebrais, essa tribo que se dispersa pêlo mundo
afora, sem ligar a fronteiras, desprezando preconceitos de raça
 e língua, livre como o próprio pensamento, sua glória e seu
martírio...
        A Diretoria da novel sociedade, composta de nomes
quase  todos bem conhecidos do público ledor, é a seguinte:
 Presidente, Jorge Azevedo; Secretários, Alfredo Nora e
 Amaral Barcelos; Tesoureiro, Sebastião Lasneau; Orador,
Edmundo Costa. Integram a Comissão Deliberativa: Inácio
 Raposo, Alvarus de Oliveira, Guimarães Martins, Jairo de
 Sousa, Júlio Ribeiro, Alvimar Silva, Rosemar Pimentel,
 Zélia Moreira, Ivone A. Pereira e Lauro Pessoa.
        Pêla mesma razão de ser numerosa, a classe dos que
pensam é, infelizmente, desunida quase sempre. Combater
 essa falta de coesão, criar e fomentar a boa camaradagem
entre todos os seus membros, eis uma das bonitas finalidades
da S.A.I.. Bem poucas associações poderão creditar-se tão
nobre e meritória obra de ação social, mormente num período,
 como o que vivemos, singularizado pêlo egoísmo frio e
cortante do “struggle for life”...
        A S.A.I. é, pois, digna da simpatia e  do apoio de todos
os interessados na elevação do nível cultural brasileiro.
À medida que dispusermos de tempo e de espaço iremos
 transcrevendo aqui os seus Estatutos, com um que outro
despretencioso comentário, a fim de tornar mais amplamente
conhecidos os propósitos da nova entidade social.
      Contando alcançar o auxílio e a dedicação de todos, a
S.A.I. pode-se dizer uma realização vitoriosa, que de certo
virá fenecer o Ideal que a  inspira. Jornalistas, poetas,
escritores, professores, todos vocês que seinteressam pelas
causas justas do pensamento:
     - Prestigiem a “SOCIEDADE DE AMIGOS INTELECTUAIS”!
                                                          Lavras, 9/7/1938